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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Deixe a sacolinha em casa!

fonte: Jornal de Santa Catarina (1) ; (2) e (3)


O lugar das necessidades dos pets é o lixo orgânico, mas enroladas em papel



O destino do cocô dos cachorros. Este foi o tema levantado na edição do Nosso Mundo de 11 de outubro. Convidados a participar de uma enquete no blog, os leitores (leia comentários abaixo) deveriam escolher a melhor solução para os resíduos dos pets. Entre canteiros destinados apenas às fezes, a liberação dos canteiros que já existem ou o recolhimento dos dejetos com sacolinhas, 73,33% dos internautas disseram que as sacolas são a melhor opção.

Pensando nisso, contatamos especialistas para tentar encontrar uma solução bacana para todo mundo.

Números da Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação estimam que existam hoje 33 milhões de cachorros em todo o Brasil. Se metade dos cães brasileiros mora em apartamento, por exemplo, e, por isso precisa sair para passear e fazer o cocô na rua, seus donos seriam responsáveis por um número significativo de sacolas plásticas em aterros sanitários.

A veterinária Luciana de Almeida Lacerda, do Laboratório de Análises Clínicas Veterinárias da UFRGS, conta que o número de vezes que cães fazem cocô em um dia pode variar muito. A saúde e o condicionamento do animal, os hábitos do dono, o que o bichinho come e a frequência da alimentação estão entre os fatores que influenciam.

Ainda assim, um cão de porte médio, em geral, faz cocô duas vezes por dia. Fazendo os cálculos, as fezes de 16,5 milhões de cachorros – os que morariam em apartamento – recolhidas com sacolas duas vezes por dia alcançaria o número absurdo de 33 milhões de sacolas diárias. Em um mês, os pets e seus donos seriam responsáveis por 990 milhões de sacolinhas em aterros sanitários – o destino mais comum para o lixo orgânico no país.


Papel facilita a decomposição

Feitas em sua maior parte de material inorgânico, as embalagens plásticas podem fazer com que o cocô, material orgânico, demore mais tempo para se decompor nos aterros sanitários. Além disso, a engenheira química e chefe da equipe de resíduos sólidos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), Alessandra Pires, lembra que a melhor forma de facilitar a decomposição dos resíduos orgânicos é separar com cuidado o lixo na sua origem. Por isso, recolher os resíduos com jornal ou papel pode ser uma solução interessante.

Nesse sentido, a jornalista Silvia Marcuzzo traz em um artigo de seu blog (mercadoetico.terra.com.br/blogs/silvia-marcuzzo/) um bom exemplo de Brasília. A prefeitura da quadra 303 Norte disponibilizou sacos de papel e um recipiente para os donos armazenarem os detritos de seus bichinhos.

Para quem pensa que juntar os resíduos com plástico em vez de papel pode ser arriscado, a veterinária Luciana lembra que o risco é muito pequeno quando os cães são vermifugados regularmente. A disseminação de verminoses poderia ser maior em canteiros de parques comuns para todos os animais, outra opção da enquete.

– O espaço deveria ser limpo todos os dias, pois os cães encostam o nariz na terra, lambem, e isso poderia contaminá-los com doenças – diz Luciana.

Sobre a possibilidade de espaços em parques destinados apenas para o cocô dos cachorros, Alessandra lembra que, além da limpeza, os canteiros exigiriam fiscalização constante e educação dos demais moradores da cidade:

– Usar o papel para recolher o resíduos e colocá-lo no lixo orgânico é uma alternativa que não afeta a decomposição e, ao mesmo tempo, destina o material para um lugar controlado por um órgão ambiental, os aterros.

Aprenda a fazer o seu pacote de jornal

A leitora Luiza Helena Moll aproveitou o questionamento para enviar uma sugestão bem criativa: fazer uma espécie de origami com jornal e transformá-lo em um saquinho para recolher o cocô. Confira:

– A ideia é factível, gratuita, é um exercício mental e ocupacional. É reciclável e evita desmatamento em razão da reutilização do papel-jornal. Principalmente, evita juntar sacolinhas de plástico, não degradáveis, com lixo orgânico. Com tal medida, o recolhimento e depósito do lixo público torna-se facilitado. O dono dos pets podem fazer estoques de dobraduras de jornal, e, a cada saída, levam tantos saquinhos quanto necessários.

Ela ainda acrescenta que, para evitar sujar as mãos, basta levar uma pazinha:

– É um costume diário, nada difícil para quem é preocupado com o ambiente e, acima de tudo, ama seu pet. Ademais, tal comportamento cultural refletirá o grau de cidadania e civilização de um povo.

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